Julien Green, Paris, Tinta-da-China, Lisboa 2008.
Desde há vários anos o tempo que tenho perdido em Paris fez-me descobrir uma alma da cidade que pensei não existir; porque a alma duma cidade, tal como a alma dum povo, é uma coisa complicada que só escavando mais fundo se dá a conhecer. É algo que nenhum turista acidental poderá vislumbrar, porque se esconde nas cumplicidades do dia-a-dia e em vivências que uma relação superficial dificilmente deixa entrever. Sim, "a alma de uma grande cidade não se deixa apreender facilmente". Aprendi isso também quando vivi em Lisboa, embora, por razões de natureza temporal e não só, tenha entrado mais profundamente na alma de Paris do que na de Lisboa. Ainda assim, nada me pareceu mais intrigante do que olhar Lisboa do Castelo e corroborar que sim, que Lisboa tem uma luz mágica que não vemos em mais lado nenhum! De qualquer forma gosto de pensar, como um amante "naïf", que Paris está à minha espera... Hélas!
Foto: Bereshit
4 comentários:
Lisboa menina e moça, tem o seu encanto natural...
Paris...o sonho.
Beijinhos*
A luz de lisboa, particularmente ao fim da tarde, é uma das maravilhas do mundo. Eu sei que sou alfacinha, por isso defensor em causa própria, mas enfim...
Então experimenta olhar Lisboa lá do céu azul e vais encontrar ainda mais encantos. é claro que Paris também tem os seus, por alguma razão lhe chamam "la ville des lumières". No entanto, tanto numa cidade, como na outra, só vemos aqueles aspectos menos bons!... Como se diz na minha terra, antes considerada "santa terrinha", agora "fashionable", por causa do progresso, "o maior cego é aquele que não quer ver. E é triste que não olhemos para o que nos rodeia com olhos de ver!...
pois eu encontro mais encanto na minha santa terrinha do que em Lisboa ou Paris. vistas as coisas de vários aspectos, nomeadamente, do ar encontram-se coisas em Lisboa que não encontramos em Paris, mas aquilo de que falo não é só de beleza e monumentos; é sobretudo duma "relação pessoal" que temos com uma cidade como temos com um livro. cada leitor tem uma forma diferente de ler e sentir o mesmo livro. e a Paris de que falo não é a monumental, mas uma cá muito minha. bonne soirée!
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