quinta-feira, 31 de julho de 2008

Platão e Magalhães


Esta coisa do Magalhães (um patrício de Sabrosa) portátil, para "jovens dos sete aos setenta e sete", tão freneticamente anunciada pelo Primeiro faz-me pensar, por osmose, na alegoria da caverna de Platão (República, livro VII). Na verdade, o nosso Primeiro, sempre tão voluntarista, parece não distinguir as sombras das coisas reais. Com a crise a apertar e os índices de confiança "en baisse" há que iludir a realidade e pela enésima vez deitar mão do milagroso Plano Tecnológico, desta vez destinado às criancinhas do Primeiro Ciclo (para quando um portátil para recém-nascidos?). Uma sombra enorme este Plano. Em termos técnicos podem ver aqui a opinião deste colega. Em termos políticos esta panaceia supostamente vai fazer render o peixe durante o próximo ano até às eleições. O mal não está nos computadores ou na banda larga, o mal está em pensar-se que só por si o computador vai contribuir para fazer génios em massa ou para um igualitarismo "sem classes". Por sua vez, a inefável Maria de Lurdes já enviou o recado para as escolas: organizem-se para levar a salvação a todas as criancinhas que o desejarem. Nihil novi sub sole.

Adenda: o presidente da Intel louvou a agressividade do governo português para que este projecto fosse possível; assim o dito governo fosse agressivo em cumprir promessas ou em negociações em Bruxelas. Laissez tomber.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Afinal, quem é que não quer ser cristão?!



Obrigado ao Pe. João pela nova abordagem pastoral.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Nous sommes là!

Se passarem por Paris, visitem-nos ali para os lados do marcador amarelo (mesmo ao pé da Torre Eiffel, mais coisa menos coisa). Há sempre uma garrafa de Champagne no frigorífico.
Allez-y, venez nombreux!
Clicar na imagem para a aumentar, s'il vous plaît. Merci d'avance!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Blogues: Partilha e/ou Alienação?



POUR:

«Grâce à la pratique du blog, les gens peuvent sortir de l' isolement et se donner droit à la expression».

( Bernard Massip - Animateur à l' Association pour l' autobiographie)

CONTRE:

«Le danger: l' enfermement dans un cybermonde où tout rapport vivant à l' autre semble perdre de l' intérêt».

(H.-P. Jeudy - sociologue)

À vous de commenter...

Citações retiradas de "Le Journal du Dimanche, version femina" - 13/07/2008). Imagem da Net.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Paris, je t' aime!

Vai daqui, de Paris XVI, à sombra da Torre Eiffel, um convite:
Sors de ton trou, viens à Paris!


segunda-feira, 21 de julho de 2008

Paris by books


Ontem, parte da tarde foi passada na intemporal livraria Shakespeare and Company (fundada por George Whitman). Depois da tradicional visita a Notre-Dame (foi oblige) entrei neste santuário doutro tempo, no sentido que ainda resite à fúria turística, à agitação consumista e ao zapping cultural. Só pela antiga traça arquitectónica (antigo mosteiro do século XVI, onde ainda se vêem as velhas traves de madeira, estantes, nichos e cantos recônditos) merece uma visita, que se vai tornando, pouco a pouco, tão afectiva quanto literária. No meio da livraria aparece, sem aviso prévio, uma fonte sem água, mas cheia de pequenas moedas; ao lado a divisa "Live for Humanity". Podemos encontrar aqui todo o tipo de livros e outras publicações (novos, usados, raros, comuns); claro, a grande fatia em inglês: literatura, política, história e também muita coisa sobre Paris, ou não estivesse ela situada no coração da Velha Paris, à sombra das torres góticas de Notre-Dame (rue de la Bûcherie, 37 - Quai Montebello). No final dos anos 50, a Beat Generation, chegada recentemente a Paris, tem aí um dos seus lugares de culto. Um desses escritores (Corso) chegou a roubar lá vários livros, pelo que lhe foi interdito o acesso. Devaneios de escritores dados a coisas como o LSD. Podemos, ainda, encontrar nesta livraria (como decoração) originais manuscritos ou dactilografados e assinados à mão por Anaïs Nin, Henry Miller, Allen Ginsberg, William Burroughs, etc. Enfim, um paraíso para os anglófanos. Os parisienses gostariam de ter um lugar assim dedicado aos livros franceses. Chamar-lhe-iam "Rabelais et Compagnie"?

quinta-feira, 17 de julho de 2008

OLHA-ME RINDO UMA CRIANÇA...

Dedicado à LADY-OF-:)


Olha-me rindo uma criança
E na minha alma madrugou.
Tenho razão, tenho esperança
Tenho o que nunca me bastou.

Bem sei. Tudo isto é um sorriso
Que é nem sequer sorriso meu.
Mas para meu não o preciso
Basta-me ser de quem mo deu.

Breve momento em que um olhar
Sorriu ao certo para mim…
És a memória de um lugar,
Onde já fui feliz assim.

Fernando Pessoa
Imagem da Internet

quarta-feira, 16 de julho de 2008

BICHOS

Aquila
Croc

No answer!

CHÂTEAU MARGAUX



Provei e bebi ontem, pela primeira vez, o mítico Château Margaux (no caso o de 1988). Não sendo o "millésime" mais conceituado da marca, deu para perceber a razão da fama e dos preços proibitivos dos vinhos deste magnífico "Château". Um vinho com vinte anos e que apresenta uma cor ainda tão acentuada, aromas intensos a violetas e algumas notas de baunilha da madeira nova de carvalho francês e uma surpreendente frescura na boca, não é, certamente, uma coisa de amadores. O momento merecia uma comemoração com um vinho desta envergadura. Não desiludiu, antes pelo contrário. Um vinho para ficar para sempre na memória de um enófilo agradecido e com muita sorte. As companhias também ajudaram a perpetuar a saudosa memória deste 1988. Espero ansiosamente pela próxima prova. Chapeau!
Pontuação do guia R. Parker: 88/100.

domingo, 13 de julho de 2008

In Principio...

terra autem erat inanis et vacua...