sexta-feira, 14 de novembro de 2008

"Quo vadis, Lusitania?"



Palavra de honra que não percebo isto. Se alguém me conseguir explicar a bondade desta intenção sem se rir, chapeau! Na verdade e a meu ver, aquilo, não passa de mais uma tentativa, como tantas outras em que este governo é pródigo, de controlar tudo e todos, nem que para isso seja necessário fazer leis à exacta medida daqueles que se pretende atingir, dizendo-se logo a seguir, não vá alguém duvidar da oportunidade e insuspeita universalidade de certas leis, que são “reformas” necessárias à modernização do país. Este governo, não há dúvida de que é todo modernaço. Na educação, nas políticas de família, na justiça, na defesa, na administração pública e até no foro privado, esta gente que finge governar parece pensar que nos vem trazer a salvação que, há muito e ansiosamente, esperávamos. E quem não está com estes novos messias está condenado às temíveis penas eternas. No caso em apreço parece que ninguém dá muita importância à coisa. Talvez por se tratar dum órgão de comunicação da Igreja, digo eu que não tenho a mania das perseguições, ou talvez porque agrade à concorrência. Se fosse com a TSF ou com a Antena 1, aqui d’el rei que o governo quer instrumentalizar os mass-media; como não é, assobia-se para o lado e venham a nós as audiências dos outros. Mas não se esqueçam que hoje é assim com uns, amanhã será igual ou pior com todos. A classe dos jornalistas está mansa e parece cada vez mais a voz do dono, o que não deixa de ser sintomático. Rigor, independência e espírito crítico, por aqueles lados, começam a ser tão raros como o lince da Malcata. Então agora as pessoas já nem sequer podem ouvir a estação de Rádio de que mais gostam sob pena de, só por esse facto, estarem involuntariamente a prejudicar essa mesma estação? Já estou a ouvir os anúncios de rádio no futuro: " para não corrermos o risco de sermos penalizados, às segundas, quartas e sextas, apenas os ouvintes que gostam de frango assado devem sintonizar a nossa estação; as terças, quintas e sábados estão reservadas para os vegetarianos; ao Domingo só quem participa na Eucaristia está autorizado a fazê-lo. Obrigado pela vossa compreensão". Qualquer dia até para as confissões religiosas vão impor um limite de crentes; qualquer religião que reúna mais de 50% de sequazes será severamente punida, tanto neste mundo como no outro. Já agora poderiam pensar também em punir os partidos que obtivessem maiorias absolutas nas eleições. Se calhar neste caso até se justificava. Agora a sério, não acham tudo isto, sinistramente, ridículo?

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